Nesta semana enfrentamos uma forte queda de temperatura aqui em Londres e de terça-feira dia 11 de dezembro até hoje (dia 14) todas as manhãs foram de geada e asfalto com uma fina camada de gelo!
Mesmo com o “spreading” as ruas secundárias e mesmo algumas partes das ruas principais continuam bem lisas e perigosas para quem pedala com pneus finos.
Nestas condições algumas adaptações têm de ser feitas na bicicleta. Agora no inverno optei por um protetor do tubo superior (bate-lo no poste na hora de prender a bicicleta e deixar a umidade entrar em contato com o metal não é uma boa idéia!) e pára-lamas tipo “sks race blades”. Como a tolerância dos quadros de estrada, e principalmente os quadros de pista, é bem justa tornando impossível a instalação de pára-lamas “normais”, os “race blades” caem como uma luva!
A grande vantagem de se pedalar com roda-fixa e sem freios nestas condições é que a consciência em relação à abrasividade da pista aumenta e a tendência a ir mais devagar também!
Com uma leve “forçada” para trás nos pedais, se percebe o quão derrapante esta a pista. Em lugares onde há mais gelo, se tem de ir mais devagar e procurar não ultrapassar o limite de força negativa na hora de frear para não correr o risco de derrapar e só conseguir parar quando atingir a traseira de um ônibus!
Praticamente todos os dias passei por alguma situação de emergência, e tenho certeza de que se tivesse a opção de utilizar o freio dianteiro ou traseiro, teria ido pro chão devido ao chão estar extremamente liso!
Nestas condições de pista lisa, uma leve “pinçada” nos freios pode travar a roda, certamente causando uma queda.
Imaginem a situação: a) Chegando a um cruzamento e decidindo seguir em frente, um motorista retardado (ao invés de esperar atrás da bicicleta) decide ultrapassar e fazer a conversão, cortando a frente do ciclista.
Solução: Travar a roda traseira e derrapar. Ao perceber que será impossível evitar a colisão, destravar a roda e:
1- Fazer a curva no raio interno da curva do carro;
2- Escapar pelo outro lado e pensar positivo para que não venha nenhum outro carro atrás fazendo o mesmo.
Outra situação: b) Parado em um sinal, uma van a sua frente acelera violentamente e freia em seguida (para desviar de um carro parado em fila dupla).
Solução: Travar a roda traseira e derrapar. Ao perceber que será impossível evitar a colisão, destravar a roda e:
1- Dar um cavalo-de-pau para bater de lado na traseira da van (já com a velocidade reduzida);
2- Ir em direção à calçada, erguer a roda dianteira, a traseira e seguir pela calçada pensando positivo para que não tenha um pedestre na sua frente. Diminuir ao máximo a velocidade e voltar pra rua.
Resumindo, além do aumento de atenção, poder de previsão e consciência de fluxo, pedalar uma roda-fixa sem freios nas ruas congeladas, desde que dominando completamente as técnicas de frenagem, é mais uma vantagem em relação à bicicletas com roda-livre e freios.
Fotos:
1- Apenas uma coisa pára uma roda-fixa: A Tower Bridge aberta para a passagem de um navio pirata!
2- Enrique Ali preparada para o frio.
Links:
- Site do pessoal de Milwaukee. Ótimas fotos e informações da cultura da roda-fixa ao redor do mundo.
- Até em Hong Kong! Entre no site e envie seu endereço pra receber um adesivo grátis!