sábado, 23 de junho de 2007

Segurança no trânsito (Parte 2)



Atento aos três perigos principais pode-se agora mudar o foco para as ruas da cidade. No caso, a cidade de Curitiba!

Eu sempre ouço muitos ciclistas dizerem que os motoristas de Curitiba não estão acostumados com bicicletas nas ruas e muitos não ciclistas dizendo que não começam a pedalar porque os motoristas não respeitam as bicicletas.

Antes de reclamações como estas, pense que existem duas maneiras de melhorar a relação ciclista/motorista:

1º Como você ciclista espera que os motoristas te respeitem, se você não respeita o código de trânsito?

- Não ande na contra-mão. Já parou pra pensar que somar velocidades em um acidente pode piorar bastante as coisas?

- Use sempre capacete

- Se for pedalar a noite use sinalização apropriada, o que incluí: ROUPAS CLARAS, luz BRANCA/AMARELA na frente e VERMELHA atrás.

- SEMPRE pare nos cruzamentos. Não importa se os semáforos estão verdes ou vermelhos ou se a preferência é sua ou não. Lembre-se que certo ou errado quem vai levar a pior em um acidente é o ciclista.

- Sinalize sua direção com os braços. Você não fica puto quando um motorista vira ou muda de faixa sem dar pisca? Não faça o mesmo e sinalize com seus braços! Vai virar à direita? Estique seu braço direito. Vai virar à esquerda? Estique seu braço esquerdo! (De acordo com o código de trânsito, a instrução é utilizar o braço esquerdo por cima da cabeça ao converter à direita. Isso faz sentido, partindo do ponto de vista de que a maioria da população é destra e que você deve sempre manter sua mão com maior firmeza no guidão, mas do ponto de vista visual, nada melhor que braços bem esticados apontando a direção que você vai).

- Jamais pedale utilizando fones de ouvido. Na situação de risco que você se encontra, não vale a pena contar com um sentido a menos na hora de identificar um caminhão tocando em cima de você.

2º O melhor jeito de fazer os motoristas se acostumarem com os ciclistas, é termos mais ciclistas nas ruas!

- O mantra de que “os carros não respeitam os ciclistas” é repetido também por motociclistas e por pedestres aqui em Curitiba e na maioria das cidades do Brasil. Eu não gosto de fazer comparações entre nosso país e países imperiais devido, principalmente, à diferença que 500 anos de história acarretam, mas farei uma comparação válida que não é diretamente ligada a isso: na Itália, a grande maioria dos motoristas, antes de o serem, pedalavam suas bicicletas e logo passavam para as motonetas e ciclomotores ao completarem a idade permitida para pilotar. Isto quer dizer que a maioria dos motoristas antes de estarem sentados atrás da direção (engordando e contribuindo com a destruição do planeta) já estiveram nas ruas em suas bicicletas ou motonetas, o que acaba fazendo com que este tipo de motorista consiga “enxergar” com os olhos dos ciclistas, etc.

No fim é tudo uma questão de ponto de vista. Os ciclistas daqui ficam putos quando os carros não os vêm e esquecem que a maioria dos motoristas não tem o cérebro programado para “ver” um ciclista, quem dirá enxergar o movimento com os “olhos” de um ciclista. (Sem falar que a grande maioria dos ciclistas sequer segue as regras básicas e andam na contramão, não utilizam luzes à noite, etc).

Sabendo disso, a melhor solução seria conscientizar os motoristas e fazê-los “enxergar” com olhos de ciclista. Ok, isso vai levar algumas centenas de anos...Sendo assim, o melhor para a sua integridade física é lembrar-se da frase “certo ou errado, quem leva a pior é sempre o mais fraco”. Existe uma guerra nas ruas e o melhor jeito de se defender é pedalar levando estas regras em alta consideração.

3º Evite as ruas mais movimentadas e procure utilizar a rede de ciclovias e as canaletas do bi-articulado observando os seguintes detalhes:

-
- Ao pedalar pela ciclovia lembre-se da regra básica de manter-se à direita.


- Ao pedalar em ciclovias com circulação compartilhada preze pela segurança dos pedestres e em casos de ciclovias lado-a-lado de calçadas, procure instruir e incentivar os pedestres a caminhar pela calçada, deixando a ciclovia para as bicicletas.


- Em ciclovias ao lado de ruas, cuidado com as entradas e saídas de veículos. Lembre-se que, infelizmente, a maioria dos motoristas ao entrar ou sair de suas garagens está mais preocupado com o sentido do trânsito da rua, esquecendo-se que o sentido na ciclovia é de mão-dupla.


- Saiba que é legalmente proibido pedalar nas canaletas do bi-articulado como mostram as placas de sinalização ao longo das mesmas. Esta proibição exime os motoristas em caso de acidentes com ciclistas. O problema desta lei é que ela não leva em consideração que é mais fácil para o ciclista prestar atenção em alguns ônibus do que prestar atenção em milhares de carros, motos, carroças, pedestres, carrinheiros...As chances de acidente são menores nas canaletas caso observado as seguintes regras de boa convivência: 1- Lembre-se que não apenas bi-articulados circulam pelas canaletas. Apesar de pouco comum, carros de polícia, ambulância e bombeiro podem circular pelas canaletas. Esteja preparado para “enxergar” toda esta variedade de veículos 2- Nunca passe por dentro de terminais ou entre dois ônibus parados. 3- Ande sempre na contramão, mantendo sempre atenção à frente. Caso identifique um veículo se aproximando, olhe para trás rapidamente (a fim de identificar algum veículo vindo na faixa da direita) e caso a faixa esteja livre mude de faixa até que o veículo tenha passado, voltando para a esquerda em seguida, assim que esta esteja livre. Os veículos que circulam nas canaletas normalmente o fazem em alta velocidade e caso se esteja pedalando na faixa da direita, por mais atento que se possa estar, um veículo que vem por trás pode ser notado apenas quando for tarde demais! 4- Caso observe um veículo vindo pela frente e outro por trás na faixa da direita, não hesite em sair da canaleta e ir para cima da ilha entre a mesma e a rua.

Obs: NÃO INCENTIVAMOS A CIRCULAÇÃO PELAS CANALETAS DO BI-ARTICULADO, APENAS ACONSELHAMOS OS CICLISTAS QUE O FOREM FAZER, A PEDALAR DE FORMA A MINIMIZAR RISCOS.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Perigos da Roda-fixa (Parte 1)

(Image from http://sheldonbrown.com/harris/bianchi04/pages/bianchi-04-pistase-14.html)

Antes de iniciar nosso guia de segurança, especialmente para os novatos em pedalar com roda-fixa, existem três situações de PERIGO que não existem em bicicletas com roda-livre. Lembre-se que uma bicicleta com roda-fixa bem cuidada e com a manutenção em dia é tão segura quanto qualquer outra.

- Bater o pedal no chão

Acredito que isso já deve ter ocorrido com a maioria dos ciclistas, mesmo em bicicletas com roda-livre. A situação é a seguinte: “você está com pressa, e decide fazer uma curva fechada sem parar de pedalar”. O que acontece? O pedal atinge o solo e você quase cai. Um jeito fácil de resolver o problema em bicicletas “normais” é simplesmente não pedalar nas curvas e manter o pedal na posição horizontal.

Nas bicicletas de roda-fixa não temos a opção de “parar de pedalar”, logo, a atenção tem de ser redobrada ao fazer curvas e ao subir e descer do meio-fio, pois caso seu pedal bata no chão, é bem provável que em seguida sua cara acabe batendo também.

O ideal é não utilizar o pé-de-vela de estrada que vem com bicicletas speed antigas (170 mm). Uma boa opção é mudar para um pé-de-vela de 165 mm e usar pedais mais compactos para aumentar a distância entre os mesmos e o chão em uma curva.

Obs: Atento a este detalhe percebe-se o quanto se para de pedalar com bicicletas com roda-livre, não? Ao fazer curvas, ao passar sobre lombadas, ao subir e descer meio-fio, ao frear...

- Derrubar a corrente/Travar a roda traseira

Quando a corrente cai em uma bicicleta normal, o máximo que pode acontecer é você frear, descer da bicicleta e colocá-la no lugar.

Em uma bicicleta com roda-fixa, se a corrente cair, ela pode travar o pinhão traseiro e conseqüentemente a roda traseira. Se você estiver em linha reta, há uma grande chance de conseguir manter-se equilibrado, o que não acontecerá se você estiver fazendo uma curva, por exemplo.

Mantenha sua corrente sempre bem alinhada e bem esticada!

- Engatar dedos, peças de roupa, cadarços, etc.

Atenção especial quando estiver revisando sua bicicleta e for pedalá-la enquanto esta estiver num suporte.

Ao pedalar a bicicleta a mão, por exemplo, e acidentalmente algo entrar em contato com corrente, pinhão ou coroa, graças à inércia causada pela roda, o conjunto vai continuar em movimento até completar ao menos uma revolução.

Da mesma maneira, quando estiver pedalando sua bicicleta, não use calças muito largas ou tênis com cadarço, pois eles podem engatar na corrente. Isso não é um grande problema em bicicletas “normais”, porque quando este tipo de coisa acontece, você pode parar de pedalar e depois pedalar para trás, para soltar o que engatou. Isso não é possível em bicicletas com roda-fixa e o simples engatar de um cadarço pode causar um acidente grave.


Clique aqui para maiores informações e segurança ao pedalar com roda-fixa: http://www.63xc.com/gregg/101_2.htm

domingo, 17 de junho de 2007

Como converter sua bicicleta em Roda-fixa


Apesar de existir no site www.bikemagazine.com um passo-a-passo de como converter uma Caloi 10 em roda-fixa veja a seguir como executar a conversão gastando o mínimo possível. A foto a cima mostra minha Monark 10 Positron momentos antes de se tornar uma discreta e elegante roda-fixa.

1º Remova todas as peças desnecessárias:

- Todo o sistema de câmbio

Incluindo alavancas de troca, cabos e os câmbios em si, afinal, agora você irá vencer os obstáculos usando seus músculos e seu cérebro e não qualquer outro artifício.

- A corrente

Que além de demasiadamente longa, deve ser sempre o mais nova e confiável o possível em bicicletas de roda-fixa, pois além de transmitir a potência das suas pernas para a roda traseira, funcionará também como seu “freio traseiro”.

- Coroas extras

A partir de agora você precisará somente de uma coroa e não de duas ou três. Fique apenas com a que se adapta melhor ao terreno onde você vai pedalar. (Lembre-se que quanto maior a coroa, e quanto menor o pinhão, mais pesada será a relação. Uma relação demasiadamente pesada será boa nas descidas, mas desagradável nas subidas; já uma relação demasiadamente leve será boa para subidas, mas desagradável para descidas.). Uma boa maneira de definir qual é a relação que melhor se adapta ao seu estilo e terreno, é utilizando uma bicicleta com marchas e tentando descobrir qual é a combinação ideal.

- Freio traseiro

Remova o manete de freio, o cabo e a ferradura. Agora quem fará a função de freio traseiro serão suas próprias pernas. (Não remova o freio dianteiro. Apesar de controverso, a remoção do freio dianteiro pode significar a diferença entre perder seus dentes ou não.).

- Catraca com 5 ou 6 pinhões

Você vai substituir este monte de engrenagens por apenas um pinhão rosqueado diretamente ao cubo e um anel de travamento.

2º Peças necessárias:

- Parafusos curtos de fixação da coroa ao pé-de-vela

Dependendo do tipo de pé-de-vela a ser utilizado, os parafusos originais são longos demais para serem utilizados com apenas uma coroa. Já no caso de pé-de-vela monobloco como o da Monark, existem inúmeros tamanhos de coroas que podem ser encaixadas diretamente, dispensando o uso de tais parafusos. Eu, por exemplo, utilizo a coroa maior original da Positron, tendo apenas me livrado da menor.

- Pinhão de rosca

Encontrados em diversos tamanhos, de 12 a 20 dentes. Lembre-se da relação, mencionada a cima, que existe entre o pinhão e a coroa.

- Corrente nova

Em geral uma corrente “grossa” de BMX resolve o problema.

- Travador de rosca Loctite ou Three-bond

Para a fixação do pinhão diretamente ao cubo, de forma que este não desrosqueie quando forçados para trás é ideal o uso de trava rosca.

- Anel de travamento

(Que pode ser o do movimento central da Caloi 10, por exemplo) Como estaremos utilizando um cubo tradicional (sem a rosca escalonada, como nos cubos de pista), necessitaremos do travador de rosca a cima em conjunto com o anel que funcionará como uma contra-porca.

- Espaçadores para o eixo traseiro

Agora que você terá apenas um pinhão no seu cubo traseiro, será necessário preencher o espaço extra no eixo com espaçadores.

3º Trabalho necessário

Embora alguns aventureiros gostem de fazer o trabalho sozinhos, eu recomendo levar a bicicleta à um mecânico profissional, afinal o baixo custo da mão de obra aqui no Brasil não justifica sujar as mãos de graxa e de correr o risco de fazer coisas mal feitas, podendo comprometer sua segurança e a durabilidade de sua máquina.

- Alinhamento do pinhão com a coroa

O alinhamento deve ser o mais próximo do perfeito o possível. Enquanto bicicletas com marchas não dependem de um alinhamento perfeito entre coroa e pinhão, este fator se torna fundamental nas bicicletas com roda-fixa. Em bicicletas com roda-livre, a força só é aplicada no conjunto da transmissão no sentido positivo (para frente, isto é, no sentido da pedalada). Já nas bicicletas com roda-fixa, a força pode ser aplicada negativamente (para trás, isso é, no sentido contrário ao da pedalada) ao diminuir a velocidade, por exemplo, e/ou utilizar a técnica de derrapagem/travamento para frear de forma mais eficiente. Comentaremos as técnicas de frenagem com roda-fixa na parte de segurança ao pedalar. Não esqueça também que a corrente deve estar extremamente esticada, com a roda posicionada o mais para trás o possível.

- Definir o espaçamento do eixo do cubo traseiro

O que garante um alinhamento perfeito entre coroa e pinhão, um fator crítico no caso da utilização de roda-fixa.

- Centragem da roda traseira

Como o ângulo dos raios do lado esquerdo não necessita ser tão grande (para compensar a presença da catraca mais seus 5 ou 6 pinhões do lado direito), a roda deve ser re-centrada após a escolha e alinhamento do pinhão fixo. Observe que a centragem é feita em relação ao quadro e a geometria da bicicleta em si. É a centragem que garante o alinhamento das duas rodas. Nas bicicletas de roda-fixa o ângulo dos raios é praticamente o mesmo em ambos lados, como na roda dianteira da maioria das bicicletas.

Obs: A utilização de espaçadores garante o alinhamento entre pinhão e coroa, enquanto que a centragem garante o alinhamento entre as rodas e o quadro.

- Comprimento da corrente

O comprimento da corrente deve ser definido com o eixo traseiro posicionado no meio da gancheira. A corrente deve estar bem esticada quando o eixo estiver na posição mediana nas gancheiras. Diminua a corrente, caso esta esteja demasiadamente longa.

- Tensão da corrente

Em bicicletas com roda fixa, a tensão da corrente é algo extremamente importante como dito a cima. Lembre-se também que uma corrente demasiadamente justa pode arrebentar ou mesmo puxar a roda traseira para frente podendo causar um grave acidente. Uma corrente demasiadamente solta pode pular quando sofrer força negativa podendo travar a roda traseira e fazendo com que você perca um dente ou dois...

Pronto, agora você possui uma bicicleta de roda-fixa! Lembre-se que ao pedalar algumas regras de segurança devem ser observadas para evitar acidentes. Pedalar com roda-fixa é um tanto quanto extremo! Pratique em um local de preferência sem pessoas e carros até que você se sinta seguro o suficiente para pedalar pelas ruas da cidade. Na próxima postagem teremos algumas dicas de como pedalar com segurança em grandes centros urbanos.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Bicicleta de Pista X Bicicleta de Roda-fixa





Velódromo de Curitiba

Fiquei surpreso hoje ao observar o fim do treino matinal no velódromo de Curitiba!

Além dos atletas da Equipe Brasileira de Ciclismo, havia vários outros treinando com suas bicicletas de pista (roda-fixa).

Como o técnico Adir faz também adaptações em quadros de estrada, para serem usados na pista, passei na sede para que ele tirasse minhas medidas para o novo quadro e me surpreendi com o número de bicicletas com roda-fixa na sede do velódromo! Massa! Uma pena não ver estas máquinas pelas ruas da cidade...

Mas qual é a diferença entre bicicleta de pista e bicicleta de roda-fixa?

Novamente pela falta de informação e de popularidade da roda-fixa no Brasil, as pessoas acabam confundindo as duas coisas, como nesta reportagem, por exemplo: http://www.bikemagazine.com.br/
index.php?option=com_content&task=view&id=503&Itemid=0

Bicicletas de pista

Em primeiro lugar, as bicicletas de pista são projetadas para uso dentro de velódromos apesar de alguns ciclistas as usarem nas ruas (falaremos sobre este caso especial mais adiante).

Praticamente o único ponto em comum entre bicicletas de rua convertidas e bicicletas de pista é o fato de ambas possuírem roda-fixa.

As bicicletas de pista não possuem freios, equipamento desnecessário quando todos estão girando no mesmo sentido, inclusive em algumas pistas é proibido pedalar bicicletas com freio devido ao aumento do risco de acidentes.

Pelo fato de não necessitarem de freios e nem da instalação de pára-lamas e acessórios em geral, as bicicletas de pista possuem tolerâncias muito pequenas entre pneus e garfo/quadro, o que as deixam mais firmes lateralmente para que agüentem as pedaladas mais fortes nos sprints.

A geometria do quadro é diferente também, sendo este mais rígido e construído com ângulos mais altos. Bom para dirigibilidade dentro da pista (sem buracos e lombadas), mas tornando-as mais frágeis para andar na rua, por exemplo.

As gancheiras traseiras são horizontais, ao invés das clássicas semi-horizontais e das modernas verticais, e os eixos não contam com blocagem e sim com o sistema tradicional de porcas.

Para maiores informações sobre o velódromo clique aqui: http://www.velodrome.com/

Bicicletas de estrada convertidas em roda-fixa

Apesar da beleza e do estilo insuperável de uma verdadeira bicicleta de pista (sem artifícios e somente com o necessário para se pedalar), vimos que elas não são o ideal para as ruas, o que leva muitos ciclistas dispostos a desfrutar dos benefícios de pedalar com roda-fixa a converter uma bicicleta clássica de estrada. Aqui no Brasil, devido à popularidade, as Caloi 10 e a Monark 10 acabam sendo boas pedidas para conversão.

A conversão em si é relativamente simples e a descrição dada no link da bikemagazine a cima é bem boa, pois leva em consideração as peças disponíveis na maioria das lojas especializadas aqui no Brasil.

Em primeiro lugar, é necessário retirar toda e qualquer peça desnecessária da bicicleta (como câmbio, coroas extras, a catraca e o freio traseiro).

A parte da bicicleta que sofrerá a maior modificação será a roda traseira, que deverá ser centrada novamente (a final, agora você contará apenas com um pinhão, tornando desnecessário o ângulo maior nos raios do lado esquerdo, para compensar a catraca com vários pinhões). Além de centrar a roda, será necessária a utilização de espaçadores no eixo, para alinhar seu pinhão único com sua coroa.

Lembre-se que em bicicletas com roda-fixa, é extremamente importante que o alinhamento entre coroa e pinhão seja preciso e que a corrente esteja bem esticada, pois o conjunto receberá força em ambas direções (positiva quando se estiver mantendo ou aumentando a velocidade e negativa quando se estiver diminuindo).

É importante que a bicicleta a ser convertida conte com gancheiras horizontais (de pista) ou semi-horizontais, o que permite o ajuste perfeito da corrente. Não é possível transformar uma bicicleta de estrada com gancheiras verticais em roda-fixa, salvo com o uso de um cubo especial (com o eixo fora de centro).

Trataremos de informações mais detalhadas em relação à conversão de bicicletas de estrada em roda-fixa mais adiante.

ATENÇÃO: Lembre-se que para pedalar pelas ruas, algumas medidas de segurança devem ser observadas. Ao pedalar com roda-fixa estas medidas são as vezes mais extremas e trataremos sobre o assunto mais adiante. Por enquanto, para saber um pouco mais sobre as técnicas aplicadas ao pedalar com roda-fixa clique no link: http://www.63xc.com/gregg/101_1.htm

Bicicletas de uma marcha

Outra confusão comum é em relação às bicicletas de uma marcha. Apesar de aparentemente semelhantes às bicicletas de roda-fixa, por terem apenas uma marcha, estas bicicletas contam com uma catraca (aquele mecanismo presente na maioria das bicicletas que permite que paremos de pedalar mesmo enquanto a roda traseira está girando – estado conhecido vulgarmente como “andar na banguela”).

A maioria das bicicletas de uma marcha tradicionais (como Barra Forte e Barra Circular, por exemplo) possuem um sistema de freio conhecido como “contra-pedal” ou “torpedo”, o que não se verifica em bicicletas com roda-fixa.

Fotos a cima

  1. Treino coletivo em pista (Velódromo de Curitiba)
  2. Bicicleta de pista Privitera
  3. Bicicleta de uma marcha (não roda-fixa)

sábado, 2 de junho de 2007

O que é Roda-fixa?


O que é roda-fixa?

Basicamente é o contrário de roda-livre e a forma mais primitiva e natural de pedalar uma bicicleta. Graças à roda-livre você pode “andar na banguela”, algo que não é possível em uma bicicleta com roda-fixa ou de pista.

Grosso modo, uma bicicleta com roda-fixa difere de uma bicicleta com roda-livre no fato de ter apenas uma marcha, não ter freio traseiro (algo inútil, quando você tem suas próprias pernas para fazer força tanto para frente, como para trás) e não ter roda-livre (o mecanismo que permite “andar na banguela”).

A maioria dos ciclistas por estas bandas nunca pedalou dessa maneira selvagem e diriam que a idéia não parece muito inteligente (em geral, pois os que estão acostumados com roda-livre, param de pedalar quando atingem a velocidade desejada, ou quando estão em uma descida, por exemplo).

O fato é que pedalar com roda-fixa cria uma conexão maior entre homem e máquina, transformando a bicicleta em uma extensão do próprio corpo. Dadas as proporções, pedalar com roda-fixa é como nadar no mar (ou num rio) contra a correnteza, enquanto pedalar com roda-livre, é tomar um banho de piscina, tomando uma “piña colada”.

E por quê existem pessoas que pedalam nestas condições?

Bem, deixando de lado o aspecto “cultural” da coisa, a roda-fixa dá ao ciclista:

- Maior consciência de cadência e aplicação de força nos pedais;

- Maior consciência do terreno (é incrivelmente mais fácil controlar a bicicleta em superfícies molhadas, inclusive em relação à usar o freio dianteiro e fazer curvas);

- Aumento de força (afinal, na subida; ou se faz força...ou se faz força e na descida; ou se pedala rápido...ou se pedala rápido);

- Maior resistência pedalar com roda-fixa é como correr (enquanto a bicicleta está se movendo, você também está);

- Maior eficiência (uma bicicleta com roda-fixa é bem mais leve que uma bicicleta “normal”, com consideravelmente menos pontos de dissipação de força como câmbios, tensionadores, pinhões e coroas extras).

Praticamente, qualquer bicicleta pode ser transformada em uma bicicleta de roda-fixa, desde speeds até MTBs e BMXs. Basta que o cubo traseiro seja de rosca, permitindo o rosqueamento direto de um pinhão no próprio e de uma contra-porca para que o pinhão não desrosqueie quando sofrer força contrária (na hora de diminuir a velocidade, por exemplo).

Obs: NÃO CONFUNDIR RODA-FIXA COM OS CLÁSSICOS “FREIO DE PEDAL” OU “TORPEDO”.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Roda-fixa em Curitiba


"Eu ainda acho que bicicletas com marchas são para maiores de 45 anos.
Não é mais bacana triunfar pela força de seus músculos ao invés de usar artifícios baratos?
Estamos ficando bunda-moles... Quanto a mim? Prefiro uma roda-fixa!”
- Henri Desgrange, em artigo para L'Équipe de 1902


É incrível pedalar pelas ruas de Curitiba (uma das três cidades brasileiras que possuem um velódromo e casa da equipe brasileira de pista) e não ver nenhuma outra bicicleta de roda-fixa. Pior ainda é ver a cara dos outros ciclistas e mecânicos de bicicleta - que por puro desconhecimento - dizem vários absurdos sobre o assunto.

Links do dia:

http://www.paranabike.com.br/news_det.php?cod=345 - Link para as fotos do Campeonato Paranaense de Pista 2006 no Site da Federação Paranaense de Ciclismo.

http://sheldonbrown.com/fixed/index.html
- Site bem bacana de um aficionado de Boston, com muita informação técnica e dicas para converter sua bicicleta speed de 10 ou 12 marchas em roda-fixa.

http://www.fixedgeargallery.com/ - Site do Dennis com uma galeria diária de pura inspiração para construir sua roda-fixa.