domingo, 26 de abril de 2009

Santa falta de informação Batman!


Não tenho TV em casa já faz alguns anos...e faz alguns anos não vivo mais no Brasil. (In)felizmente existe a net para que possamos nos manter informados e foi através do Fórum da Bicicletada de CWB que tive o desprazer de me deparar com a matéria sobre as "fixED gears" de um certo canal de música, tendência e comportamento da TV brasileira.

(Não que eu seja o prof. Pasquale, mas é realmente necessário que os programas jovens sejam apresentados por camaradas que mal conseguem articular uma frase? Enfim...)

Não, não vou postar o link aqui, para poupar-los (e a final, existe um Deus chamado "google" que responderá a todas as suas perguntas).

O fato é, que como sempre, informam a população mal informada e mal educada (que ainda tem o tubo de raios catódicos como fonte de sua aculturação e des-informação) sobre um brinquedinho novo de fim de semana para ser usado no parque ou na garagem do prédio. Enfim, um tipo de bicicleta "customizada", sem freios (Ou, mai gódi!!!!) que é uma "cultura" lá fora.

Eu sempre achei que uma "cultura" fosse algo um pouco mais refinado e que levasse pelo menos um bom século para se desenvolver e entrar no hall das "Culturas Humanas"....Até dei uma olhada no pai-dos-burros e ofereço algumas das definições de cultura:

5.
O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. [Nas ciências humanas, opõe-se por vezes à idéia de natureza, ou de constituição biológica, e está associada a uma capacidade de simbolização considerada própria da vida coletiva e que é a base das interações sociais.]
6. A parte ou o aspecto da vida coletiva, relacionados à produção e transmissão de conhecimentos, à criação intelectual e artística, etc.
7. O processo ou estado de desenvolvimento social de um grupo, um povo, uma nação, que resulta do aprimoramento de seus valores, instituições, criações, etc.; civilização, progresso.

Ok, como o fato de se pedalar bicicletas "sem-freio" (e diga-se de passagem, suuuupppeeerrr perigosas de serem utilizadas no trânsito selvagem da República da Banonolândia...como se pedalar uma bicicleta - com freios ou sem - fosse seguro em algum grande centro urbano do mundo) foi elevado ao nível de cultura, e que essa cultura deve ser apenas praticada nas "ilhas da fantasia", digo, condominios fechados do Brasil, fiquei pensando o que será dos ciclistas em geral que pedalam suas fixas diariamente como meio de transporte no mundo todo...

Será que para pedalar uma pisteira, teremos que ir até a garagem subterrânea mais próxima?

Bom, isso eu não sei, mas o que sei é que depois da matéria fiquei sabendo que as melhores peças para "customizar" sua magrela são as feitas no Japão...e claro, fiquei sabendo também que "É realmente perigoso pedalar com bicicletas sem freio pela rua, pois aqui não é igual lá fora, onde os motoristas respeitam o ciclista". Além do que, descobri que "Tem que ter perna!" pra pedalar o novo brinquedo com rodas. Uma pena, pois os que não tem pernas e os que não tem a garagem segura do condomínio para pedalar, não poderão aderir a essa nova "cultura".

Rabugentisse à parte, espero que a "nueva ola" contribua com o fato de (mesmo que por uma temporada), os "piás de prédio" troquem o msn, o iPod, o Orkut, uma volta no Peugeot 106 e o resultado do paredão do BBB, por uma pedalada pela rua.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Apocalipse Segundo Carlinhos Marx

Na falta de uma boa imagem do Barbudo Comunista II, aí vai uma imagem apropriada daqui do Barbudo Comunista I.

A Folha de SP me surpreende hoje com a boa notícia:

"EUA preparam concordata da Chrysler e GM fecha 13 fábricas"

Ok, estamos loucos. Chamar de boa notícia o fato de milhares de trabalhadores estarem perdendo seus empregos, mas a notícia não representa apenas trabalhadores perdendo seus empregos! Representa que estamos cada vez mais perto do "Apocalipse Segundo Carlinhos". Sim, o homem da barba já havia nos avisado que uma vez que seja permitido luxos banais às classes operárias e que estas estejam com suas casas cheias de tecnologia supérflua (lixo), estaremos mais perto do fim dessa "maravilha" chamada capitalismo....

A revolução virá de bicicleta!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fixa Gunnar Thiessen II









Frame + Forks: Brick Lane Bikes (London)
Rear Hub + lock ring: Miche Track (Large Flange / 32h)
Cog: Miche (17t)
Bottom Bracket: Campagnolo
Headset: Shimano
Cranks: OF Mega (165mm)
Chain ring: Miche Advanced (46t)
Pedals: Shimano 600

segunda-feira, 20 de abril de 2009

sábado, 18 de abril de 2009

5 Anos da Keirin Berlim


Uma bela noite de primavera na frente da Keirin Berlim.

Largada na Oberbaumstrasse...

Este que vos escreve liderando a primeira volta na Diamant (na frente do medalista Andreas Müller!!!).

Klaus, Andreas (com sua medalha de bronze no pescoço) e Roman. A comunidade cilcística daqui não faz diferença entre profissionais das pistas, das ruas e amadores. O espirito competitivo também é deixado de lado, com premiação para os 3 primeiros colocados e para o último - sim, como desclassificado, fiquei por último e faturei um protetor de tubo da Bagjack. Valeu, Garry e Mo!



Dia 1º de abril foi dia de festa aqui no bairro! A loja de bicicletas mais bacana do planeta comemorou 5 anos de existência em grande estilo.

Durante o dia todo, quem apareceu pode comer bolo e beber Sekt e no fim do dia marcamos a data com um "Keirin de Rua". 9 ciclistas (alguns com fixas e outros com estradeiras) giraram 5 voltas ao redor da quadra da loja - as 2 primeiras com o "Urso" marcando o passo e as 3 últimas livres). Além dos obstáculos naturais (ruas de paralelepípedo, calçadas, desvios, trânsito e sinaleiros), contávamos com 2 "pontos de coleta", onde tinhamos de parar e carimbar um manifesto.

Eu liderei as 2 primeiras voltas e na terceira, graças a rosca espanada do meu pinhão, fui o único a abandonar a corrida.

O ciclista profissional Andreas Müller (medalha de bronze no último Mundial de Pista em Bordeaux) participou e ficou com o primeiro lugar (pedalando uma estradeira).

O segundo lugar ficou com o Roman (estradeira) e o terceiro lugar ficou com meu camarada chileno Klaus (aliás, que teve sua fixa apreendida pela polícia no dia seguinte), ambos mensageiros profissionais aqui em Berlim.

Eu voltei empurrando pra casa (apenas 2 quadras da loja) e fiquei feliz ao chegar em casa e descobrir que a rosca que espanou foi só a do pinhão e não do meu cubo Campagnolo Pista!!!

A polícia deu uma folgada pra cuca, mas como a operação foi super lucrativa, em junho tem mais...

domingo, 12 de abril de 2009

Spree-Elbe-Spree em 48 horas

A saída na Karl-Marx-Allee. Notem o amigo Falko à esquerda e seu bermudão xadrez...O cara começou a pedalar há menos de dois meses e começou a viagem sem "fantasia"...No meio do caminho ele mudou de idéia em relação à indumentária...

A estrada é árdua e demanda nutrição adequada para o corpo e para a alma.

A "puta francesa" (minha Gitane Tour de France de 1976) que na metade da viagem sofreu um micro-furo no pneu dianteiro. Apesar dos Schwalbe Durano, algo foi mais forte e perfurou a proteção. A cada pausa, um pouco de ar com a melhor bomba do mundo (imaginem uma bomba com o poder de uma bomba de pé e o tamanho de uma bomba de mão. Inacreditável!)!!!

"O afobadinho"...Acabei passando do destino e tive que voltar um km até Lenzen (Elbe).

Nosso amigo Falko, que começou a viagem de bermudão e chegou ao final com a "fantasia" quase completa! Quem diria que um cara que acabou de começar a pedalar, fumante e sem o equipamento correto fosse vencer os 180km em um dia?

Arik, nosso anfitrião e eu na placa de entrada de sua cidade natal. Nascido na região, ele trabalha agora como entregador aqui em Berlim e pedalou sua fixa na epopéia.

O leste alemão tem fama de ser um tanto quando duro com os estrangeiros e foi normal ver no caminho alguns restaurantes turcos com as vitrinas quebradas. A exceção foi a bela sorveteria italiana em um dos trechos de paralelepípedo em Perleberg...

...e o restaurante mineiro, que (infelizmente) estava fechado por causa do feriado!

O almoço na volta foi uma merecida Rostbratwurst com cerveja, é claro!


Muito embora exista um grande preconceito por parte dos ciclistas de estrada, pedalar de fixa em longas distâncias embora pareça mais difícil, é na verdade muito mais cômodo e fácil do que pedalar com marchas, bastando que a relação escolhida seja compatível ao relevo do terreno.
Sexta-feira às 10 da matina me encontrava com meus dois amigos Arik e Falko na Karl-Marx Alle para iniciar nossa jornada de cerca de 170km de Berlim até à fronteira com a Alemanha Ocidental (marcada pelo Rio Elba).

Infelizmente não pedalei a pisteira Diamant como de costume, pois a polícia de Berlim resolveu fazer uma caça às bruxas nesse começo de mês...O problema é que a caça às bruxas, é na verdade uma caça às fixas!!!

O bom é que aqui na Alemanha as coisas são sempre muito bem organizadas e programadas, então foi tudo avisado previamente no site da polícia e uma reportagem foi ao ar no noticiário de maior audiência da região.

Como eu não gosto muito de problemas com a lei, tenho pedalado minha estradeira nesse começo de mês, e foi com ela que encarei a jornada. Meu amigo Arik, que trabalha como entregador aqui em Berlim e que passou essas semanas fugindo das blitz pelas ruas, foi com sua pisteira (o que lhe rendeu menos esforço na estrada, é claro!).

Enfim, a sexta-feira foi tranquila e levamos 7,5 horas pra chegar até Lenzen, na fronteira com a Alemanha Ocidental. A pedalada não teve maiores problemas, fora os viadutos nos cruzamentos com a grande "Autobahn". Pedalamos basicamente ao longo da B5 (estrada secundária que liga Berlim a Hamburgo) que conta com ciclovias ao longo de boa parte de sua extensão, declives e vento a favor.

A volta no sábado foi um pouco mais cansativa, pois além do cansaço do dia anterior, enfrentamos o leve aclive do terreno e o vento frontal que não deu trégua de lá até aqui (o que não foi o suficiente pra me fazer trocar de marcha. Por precaução, não fui de fixa, mas pedalei com uma marcha na ida e na volta), o que nos fez levar 8 horas até Spandau (fronteira entre Brandenburgo e Berlim) e 1 hora mais até o centro da cidade, totalizando 9 horas.

Muito engraçado foi encontrar um restaurante brasileiro chamado "Belo Horizonte" em Perleberg!!!


Exibir mapa ampliado

Além das belas paisagens dos vastos campos de canola e outras culturas e das florestas de pinos, o ponto alto é sempre cruzar os pequenos vilarejos e suas ruas de paralelepípedo (que nos deram uma pequena idéia do que passam os "gladiadores" que todo ano pedalam o "Inferno do Norte" na Paris-Roubaix).

Falando em Paris-Roubaix, uma das mais antigas competições do ciclismo, hoje foi o dia de mais um "Domingo no Inferno", que apesar de não ter tido chuva para deixar a competição ainda mais emocionante, não deixou de contar com várias quedas e com mais uma vitória do belga Tom Boonen.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Onda de consciência faz paulistanos trocarem carros por bicicletas

Mais uma campanha do governo e da iniciativa privada deu certo. A população da maior metrópole do país começou a deixar seus carros em casa e aderiu à bicicleta como principal meio de locomoção, saindo sobre duas rodas pelos mais de 200 quilômetros de ciclovias construídas em São Paulo. Já foram instalados também suportes para bikes nos ônibus e bicicletários em todas as estações de trem e metrô, além da redução de estacionamentos para carros em shoppings, bares e restaurantes. As vagas foram divididas e onde um carro parava, 3 bicicletas podem estacionar. Prova de que a ação está dando resultados foi a última sexta-feira, no horário de pico, que o congestionamento em São Paulo não passou de 20 quilômetros. Para apoiar essa ação, os fabricantes das magrelas reduziram os preços graças a incentivos fiscais. Além disso, os novos meios de locomoção adotados pelos moradores de São Paulo ganharão novos modelos. Sairão da fábrica com pisca alerta, seta, farol e até uma buzina mais potente. O governo promete mais: em menos de dois anos, as principais rodovias do Estado serão tomadas por ciclovias na proporção de uma pista de carros para quatro pistas de bicicletas. E as bikes não melhoram apenas o trânsito, mas a poluição também. Ao contrário dos carros, responsáveis por 40% da poluição nas grandes cidades, as bicicletas não poluem. Com isso, o índice de poluição emitido por automóveis deve cair até 30%. E para incentivar aqueles que não largam o seu automóvel de jeito nenhum, será cobrado uma taxa diária de 8 reais ou 240 reais mensais para quem insistir em andar de carro em algumas vias da capital.

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