quinta-feira, 20 de março de 2008

E a moda vai se espalhando pelo mundo...


PS. Adorei o comentário sobre a roda aero na parte dianteira "que não fazem o menor sentido, mas isso não importa pois estão na moda!".

domingo, 16 de março de 2008

segunda-feira, 3 de março de 2008

Fixa Bruno Machado


Quando eu vi a bicicleta do Gabriel pela primeira vez fiquei curioso porque parecia que faltava alguma coisa, quer dizer, achei que a bicicleta dele era simples demais para ser uma boa bicicleta. Logo depois da 10ª pergunta ele me perguntou se eu não queria andar um pouco para dar uma olhada.

Logo me convenci que em pouco tempo teria uma.

Hoje, convertido ao Culto da Roda-Fixa, já pedalo sem freio na minha mountain convertida, e quero logo adquirir um quadro de caloi10 - ou similar - do meu tamanho (56 ou 57cm), para pedalar ainda melhor.

Uma roda-fixa serve para quem quer ver a força empregada nos pedais ser convertida em mais velocidade, ou seja, pedalar rápido e com constância. Uma roda-fixa é para quem não gosta de "empurrar" aqueles câmbios feitos em Taiwan, para quem não gosta de ouvir barulhos estranhos ao pedalar e para quem acha que uma bicicleta deve ser elegante.

Hoje minha velha Sundown parece um navio cargueiro encalhado. Posso dizer que as moutains mais leves e com câmbios de última geração se aproximam no conforto, mas não tem a rooteza, a sagacidade e a maestria de uma roda-fixa.

Como diz o Dulcio, na fixa é mais "você com a bike", uma coisa de intimidade.

Sem falar que dá para pedalar sem as mãos o tempo todo - bom para fotografias em movimento e para voltar para casa com a mão no bolso (ou na orelha) num dia de frio. Sim, já fiz isso. "É o mesmo princípio do monociclo" (Gabba, vr. 4 cp. 5).

Tive a sorte de conseguir um bom pedivela (Sachs) a preço de ocasião, bem na numeração que eu queria (52 dentes), "numeração rara nesse tipo de peça" o vendedor me disse, em uma bicicletaria meio obscura que fica numa rua desconhecida, e, além disso, o Gabriel vendeu-me as rodas usadas em sua clássica Ali – um negócio da China.

Vendedores nunca vão te recomendar uma roda-fixa simplesmente porque eles não tem nenhuma para vender. Alguns acham que você está falando de freio-no-pé. Os bikers especializados entendem que as peças atuais fazem uma bicicleta muito rápida e confortável, mas um jogo de câmbio atualizado da Shimano custa na loja o mesmo que montar uma roda-fixa inteira. Gostaria de ter uma bicicleta com amortecedores para descer a Estrada da Graciosa, mas para as ruas curitibanas, estou fixo na fixa.

É legal aprender sozinho, mas algumas dicas desse blog que não lembrava, tive que aprender na marra: Lembre seu mecânico de travar a roda com a cola trava-rosca, sem a qual seu pinhão vai se soltar com a força contra-pedal. Principalmente se você quiser tirar os freios. Mantenha a corrente bem alinhada para que ela não caia, atenção vários metros à frente, não use cadarços fora do tênis e dobre a barra da calça até o joelho – para não ter que frear a bicicleta de um modo muito estranho e pouco divertido.

Levar um pequeno kit de ferramentas, câmara reserva, fazer revisões periódicas etc - é, às vezes, o que falta para garantir a pedalada de volta pra casa.

Use luvas e até capacete se sua religião permitir. Geralmente numa queda você tenta minimizar o impacto com as mãos, então uma boa luva é essencial.

Andar sem freio não tem nada a ver com descuido, muito pelo contrário, é aí que você não se arrisca mesmo. A fixa com dois freios gruda que nem chiclete no chão. Ter freio traseiro é redundante. Mas como eu me empolgo demais, e acrescentando o fato que o resto do trânsito não sabe que você está usando uma super rápida bicicleta que não sabe simplesmente "parar", só sabe acelerar e acelerar... a próxima versão da minha fixa terá o freio dianteiro. Só para emergências, porque nada como não precisar de freios. E de marchas.

Recomendo altamente.

sábado, 1 de março de 2008

Massa Crítica Bissexta em Londres

Concentração embaixo da Ponte de Waterloo.

Fixas,

fixas


e mais fixas!

Fotógrafo com uma fixa. Um dos quadros mais exóticos que vi na vida, diga-se de passagem.

Bicicleta ambulância.

As Casas do Parlamento.

Polícia Ciclística.

Sistema de som.
Pedalando pelo Paul.

Rua Oxford.

Circo de Picadilly.

O Grande Ben.

Trixie Chicks(?). Garotas e fixas.

http://www.criticalmasslondon.org.uk


Ontem participei de minha segunda Massa Crítica aqui em Londres. Ao contrário da primeira, esta foi mais "seca" e o único problema foi o vento. Aliás, não sei como tem tanta gente aqui que pedala com aros aero e muitas vezes com rodas fechadas na frente! Um perigo nos ventos laterais!

Não sou muito bom em presumir o número de pessoas em grandes aglomerações, mas arriscaria dizer que no começo havia cerca de 500 pessoas. Imaginando que no verão a bicicletada daqui chega a 2000 pessoas, esta não estava mal pra uma sexta de inverno.

A participação das fixas é sempre visível, apesar é claro da MC aqui contar com absolutamente todo tipo de gente. Desde o hippie velho até os "dedicados seguidores da moda". Da "tall bike" até as mais normais bicicletas dobráveis. O que é legal, é que todo mundo pedala.

Alguns dizem que não há mais o que reclamar por aqui, pois o prefeito atual fez muito pelos ciclistas, mas muitas pessoas ainda estão zangadas com um grande problema para os ciclistas: "motoristas de caminhão bêbados no centro da cidade". Um desses matou um cara chamado Paul semana passada e o grupo de pessoas com bandeirolas brancas estavam prestando uma homenagem póstuma a ele.

A rota aqui também é decidida na hora e desta vez contamos com dois "sistemas de som": um tocando musica eletrônica e outro tocando musica jamaicana. Atravessar a Ponte de Waterloo ocupando a via toda e passar pelas estreitas ruas do Soho com a polícia em bicicletas nos dando cobertura é uma ótima sensação.

O clima de camaradagem é grande e as pessoas são muito simpáticas e divertidas. Inclusive a polícia, realmente esta pedalando junto para "servir e proteger". Conversei com muitos oficiais e notei que muitos estão na MC com o mesmo intuito dos participantes não fardados. Inclusive vou tentar organizar uma entrevista com o chefe da polícia ciclística daqui para saber mais sobre o treinamento e o trabalho dos caras.

As fixas chamam atenção especial. Especialmente um grupo de garotas que pedala fixas chamadas "Trixie Chicks", com suas bicis coloridas e femininas.

Ao pararmos em frente às Casas do Parlamento, fizemos a clássica posse com as bicicletas a cima das cabeças e em seguida uma "mandala gigante" ao redor da praça por alguns minutos, juntando forças com os piqueteiros acampados que pedem a retirada das tropas do Iraque.

Depois disso uma rápida passada em frente a casa da Rainha e um pequeno incidente ao chegar à Praça de Trafalgar: um transeunte visivelmente alcoolizado bolinou uma ciclista, o que levou a polícia a tomar providências drásticas quando o mesmo atacou um dos oficiais.

Seria legal mandar a Guarda Municipal e a Polícia Militar de Curitiba fazer um estágio com a Polícia Metropolitana aqui de Londres, pra aprender um pouco de bons modos e lembrar que os homens da lei existem para "servir e proteger" e não "extorquir e corromper"!


Links interessantes:

http://www.myspace.com/trixiechix

- Garotas, fixas, moda e polo.

http://www.metpolicecareers.co.uk/default.asp?action=article&ID=115

- A volta da Polícia Ciclista em Londres.

http://news.bbc.co.uk/1/hi/england/london/6677589.stm

- Institucionalização da Massa Crítica de Londres.