sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Pedalando no asfalto congelado



Nesta semana enfrentamos uma forte queda de temperatura aqui em Londres e de terça-feira dia 11 de dezembro até hoje (dia 14) todas as manhãs foram de geada e asfalto com uma fina camada de gelo!

Mesmo com o “spreading” as ruas secundárias e mesmo algumas partes das ruas principais continuam bem lisas e perigosas para quem pedala com pneus finos.

Nestas condições algumas adaptações têm de ser feitas na bicicleta. Agora no inverno optei por um protetor do tubo superior (bate-lo no poste na hora de prender a bicicleta e deixar a umidade entrar em contato com o metal não é uma boa idéia!) e pára-lamas tipo “sks race blades”. Como a tolerância dos quadros de estrada, e principalmente os quadros de pista, é bem justa tornando impossível a instalação de pára-lamas “normais”, os “race blades” caem como uma luva!

A grande vantagem de se pedalar com roda-fixa e sem freios nestas condições é que a consciência em relação à abrasividade da pista aumenta e a tendência a ir mais devagar também!

Com uma leve “forçada” para trás nos pedais, se percebe o quão derrapante esta a pista. Em lugares onde há mais gelo, se tem de ir mais devagar e procurar não ultrapassar o limite de força negativa na hora de frear para não correr o risco de derrapar e só conseguir parar quando atingir a traseira de um ônibus!

Praticamente todos os dias passei por alguma situação de emergência, e tenho certeza de que se tivesse a opção de utilizar o freio dianteiro ou traseiro, teria ido pro chão devido ao chão estar extremamente liso!

Nestas condições de pista lisa, uma leve “pinçada” nos freios pode travar a roda, certamente causando uma queda.

Imaginem a situação: a) Chegando a um cruzamento e decidindo seguir em frente, um motorista retardado (ao invés de esperar atrás da bicicleta) decide ultrapassar e fazer a conversão, cortando a frente do ciclista.

Solução: Travar a roda traseira e derrapar. Ao perceber que será impossível evitar a colisão, destravar a roda e:

1- Fazer a curva no raio interno da curva do carro;

2- Escapar pelo outro lado e pensar positivo para que não venha nenhum outro carro atrás fazendo o mesmo.

Outra situação: b) Parado em um sinal, uma van a sua frente acelera violentamente e freia em seguida (para desviar de um carro parado em fila dupla).

Solução: Travar a roda traseira e derrapar. Ao perceber que será impossível evitar a colisão, destravar a roda e:

1- Dar um cavalo-de-pau para bater de lado na traseira da van (já com a velocidade reduzida);

2- Ir em direção à calçada, erguer a roda dianteira, a traseira e seguir pela calçada pensando positivo para que não tenha um pedestre na sua frente. Diminuir ao máximo a velocidade e voltar pra rua.

Resumindo, além do aumento de atenção, poder de previsão e consciência de fluxo, pedalar uma roda-fixa sem freios nas ruas congeladas, desde que dominando completamente as técnicas de frenagem, é mais uma vantagem em relação à bicicletas com roda-livre e freios.

Fotos:

1- Apenas uma coisa pára uma roda-fixa: A Tower Bridge aberta para a passagem de um navio pirata!

2- Enrique Ali preparada para o frio.


Links:

http://www.cogmag.com/

- Site do pessoal de Milwaukee. Ótimas fotos e informações da cultura da roda-fixa ao redor do mundo.

http://www.hkfixed.com/

- Até em Hong Kong! Entre no site e envie seu endereço pra receber um adesivo grátis!

5 comentários:

Anônimo disse...

ótima a primeira imagem.
a ponte que leva até o céu...

Anônimo disse...

Quer dizer que a proteção do tubo superior do quadro é por isso?
Ah, bom, tinha visto uma crítica a esses protetores, mas agora entendo sua função real.
Grande abraço

Gabriel Nogueira disse...

Bem, algumas pessoas utilizam para isso, e creio que a onde realmente tenha começado com essa idéia...
No NYCbikesnob, ele menciona o fato da galera "moderninha vestir as bicicletas, como se fossem cachorrinhos de madame"...Realmente, por aqui as bicicletas de pista acabaram tomando um tom de "acessório de moda" ou de algo como uma bolsa ou um chapéu...hahaha

Anônimo disse...

Hum...

Em cada viagem à Londres você consumiu muito mais combustível que todos os carros, em corridas e treinos, gastam em uma temporada de Fórmula 1...

Ah, e como na europa os carros são menos poluentes, mais seguros e mais BARATOS que no Brasil, aproveite e compre um carro com EBD e ABS! Seu problema com superfícies pouco aderentes será sanado.

Paz e abraços!

PS: Compare o preço de um Renault Logan no Brasil e em Londres (Dacia Logan na ilha).

Anônimo disse...

Gabba!
é a Paula (vizinha, 1101)
procurei na net algo sobre "bicicleta amador curitiba" (assim mesmo)..pra saber se há algo de diferente, ou talvez qualquer dica para essa não atleta..e eis que encontro vc! hehehehe
nem sabia desse blog. gostei do que vc escreveu, dicas mto válidas!!

bjs, até alguma hra no elevador ;)