quarta-feira, 1 de outubro de 2008

PROCRIAÇÃO DE FIXAS EM SÃO PAULO

Oie Nena! - Na foto, minha pisteira feita pelo Adir Romeo. O quadro é um Caloi dos 70 e os detalhes atuais (pros anormais que se preocupam com a "ribombetadaparafuseta") são os seguintes:
quadro - Caloi 10 convertido em pisteira pelo Adir Romeo
guidão e avanço - Nitto NJS
movimento central e caixa de direção - Campagnolo Record
rodas - Campagnolo Record Pista flange alta 36 furos, Ambrosio, Schwalbe
freio - alavanca de BMX, ferradura ShimaNO 106
palanca - Miche Pista 165mm
relação - 46x16 (destruindo as ladeiras de Lisboa, Barcelona e com os boletos ainda intactos!)
selim & canote - Brooks B17, tranz-X

Com grande alegria passo e recomendo os links do pessoal de SP. As fixas tão pegando por lá e com certeza na próxima vez que tiver no Brasil de férias, vou até lá pedalar com os manos!
Aliás, conheci uma mina em Londres que me disse ter levado sua fixa quando esteve de férias ano passado em SP. Segundo ela, um dos melhores lugares para pedalar em que ela já esteve - da minha lista de lugares favoritos para se pedalar, CWB ainda esta no topo, seguida de perto por Barcelona. Como ainda não pedalei em SP, não posso comentar).

http://fixasampa.wordpress.com/
http://mariocanna.multiply.com/journal/item/1/Como_reformar_e_montar_uma_Roda_Fixa
http://pedalante.blogspot.com/2008/09/one-less-gear.html

Apesar dos pesares, confesso que nunca me senti tão empolgado com algo como com as fixas. O lance é que sempre fui um cara um pouco radical e nunca me contentei muito com "a cópia, da cópia", como diria meu pai. Em relação à música sempre fui atrás das influências das bandas que gosto e dificilmente dos "influenciados". Isso me levou dos Ramones ao rock dos anos 60, de Curitiba à Londres e o resto é história...
O estranho é que passei toda minha adolescência obcecado por movimentos musicais e culturais do passado e sempre me senti um "peixe-fora-d'água" no mundo moderno até começar a pedalar fixa e me envolver com este "estilo de vida".

Pra mim começar a pedalar fixa foi algo natural, depois do dia em que percebi o papel de idiota que eu tava fazendo tentando me deslocar de Vespa por Londres.
A real é que juntando minha incrível(!?) percepção de que se deslocar em um grande centro urbano de bicicleta é mais jogo à minha sede pelas "influências", fui atrás de informações sobre o melhor jeito de pedalar na cidade.

Sempre achei que "Bicicleta de Montanha", como o nome já diz, foi feita pra pedalar na montanha e que bicicleta de estrada com roupinha de lycra era pros aspirantes ao Tour de France...

Depois dessas divagações, pensei que quem pedala o dia inteiro, com certeza sabe melhor o que usar pra enfrentar os carros de igual pra igual...Sim, os couriers de Londres foram minha inspiração para montar minha fixa quando estava de férias em Curitiba. Imagine que os caras pedalam na chuva, no frio, em um dos trânsitos mais filhos da puta da Europa para ciclistas, etc. Se eles pedalam fixas, deveria ser por uma boa razão.

Depois de converter minha primeira fixa e depois comprado uma pisteira de verdade (e depois outra, hehehe) e de ter pedalado alguns vários kms pelas ruas de Curitiba, Londres, Barcelona, Lisboa e Berlim, digo com toda certeza de que não existe forma melhor pra pedalar na cidade do que com uma fixa, sapatilhas clipless, uma boa Timbuk2 (ou similar), bermuda cargo e jerseys de lã dos anos 60/70 e um bonezinho marginal.

A parada é que vários ciclistas urbanos (não só eu, mas "toda a torcida do Flamengo") começou a pedalar fixas e isso, como qualquer moda, acabou se espalhando. Antes entre os mensageiros, logo para outros ciclistas, veteranos dos velódromos principalmente, skatistas, BMXers e finalmente os estudantes de arte.
Sim, pedalar fixa tá na moda nos Estados Unidos da América, aliás, uma moda comparada ao skate nos anos 70 e a BMX nos 80. Na Europa o lance ta pegando forte também, e a moda é visivelmente (irritante) em Londres (lá tem mais fixas e Ray-Ban Wayfarers de cores esdrúxulas do que vendedor de guarda-chuva em dia de chuva na Rua XV) e nos bairros "da hora" de Berlim. Nas outras capitais que estive recentemente as fixas ainda não são um fenômeno e na maioria dos lugares ainda estão reduzidas ao "sub-mundo" dos mensageiros.

Espero que a galera de SP mande brasa e passe CWB com as fixas (se bem, que só pelo fato de CWB ter não só uma, mas 2 minas de Fixas pelas ruas fica difícil de bater, hahaha - uma é a Fernanda e a outra é minha irmã Yasmin).

Ano que vem to aí pra pedalar com vocês!

Abraço,
Gabba

15 comentários:

Silvio Tambara disse...

Aguarde mestre, aguarde que as moças estão vindo junto com a gente. Já temos até uma primeira dama. Grande abraço.

will disse...

Bela Fixed! Lembre-se apenas de trocar o "bonezinho marginal" por um capacete... Ride safe!

Will (Fixed em Londres/Santos-SP)

Gabriel Nogueira disse...

O capacete é sempre recomendado, é claro. Mas lembro que o problema de não usar capacete (assim como não usar sinto de segurança) é unicamente do indivíduo que opta por não utilizar-lo, não causando maiores problemas para os demais seres humanos. Aliás, uma das coisas que mais me encanta ao pedalar e ao caminhar é que o único que pode se machucar sou eu mesmo, ao contrário dos veículos automotores que freqüentemente matam terceiros...

Anônimo disse...

Grande Gabba,

Pioneirismo é isso.
Simplicidade é nosso lema.

Cahuê Christini disse...

Que beleza em, linda meu caro, a minha esta quase pronta www.fenixbikes.com.br
Logo chegara a hora de um encontro de fixed em.
Abraço e parabens.

Cahuê Christini disse...

Olá Gabriel, mais uma fixa no brasil: www.fenixbikes.com

Abraço meu caro

Anônimo disse...

Pô ando de fixa em velódromo e de vez em quando na rua tem uns 8/9 anos mais ou menos, mas pq sou ciclista amador e não por consciência ambiental ou sustentável hehehe, de qualquer forma não sabia que existia algo como uma 'cena/onda' de fixas no Brasil!! Ciclistas de track amadores ou pró acham essa coisa hipster de andar na rua de fixa uma grande baboseira passageira. Eu rendo meu apoio e torço para que seja algo duradouro e não só uma mania importada.

abraço

Anônimo disse...

Vcs falam de andar de pinhão fixo como se fosse novidade. Pioneirismo? Cara, conheci mta gente que andava de fixa em são paulo e na inglaterra, onde eu já morei, isso na época q vc ainda era um bebê! Não entendo poq tanta empolgação com uma coisa que não é novidade. Menos minha gente!

ride on!

Gabriel Nogueira disse...

O Jonas tem razão.
Podem perguntar pra qualquer ciclista amador ou profissional aí no Brasil e eles vão te contar com prazer grandes histórias sobre as hordas de ciclistas pedalando suas pisteiras pelas ruas e avenidadas brasileiras.
Se bem me lembro há uma menção aos pés da estátua do Borba Gato que menciona algo sobre as Missões Jesuítas e fixas...Se o pessoal aí de SP puder dar uma força e pedalar (de fixa, é claro) até lá e conferir, publicamos aqui no blog.
Pedalar é sempre melhor do que não pedalar.

Anônimo disse...

Filhão se duvida pede pra alguém dar uma chegada até a total bike na vila mariana e pedir o endereço do Seu Pedro, um senhor que desde os anos 70 adapta estradeiras para pinhão fixo tanto para pista quanto para rua, e pergunta quantos caras andam de fixa aqui desde, pelo menos, os anos 80. E outra nos EUA essa mania começou com os skid boys, messengers e a galera do rap já faz um bom tempo.

Não estou criticando vcs por fazê-lo acho ótimo que estejam correndo atrás da parada, mas até aí dizer que é pioneirismo acho exagero. A diferença é que vcs tem a internet pra se refastelar de informação e pra mostrar oq fazem, quem fez isso anos atrás fez na raça, permaneceu na obscuridade e merece respeito.

Gabriel Nogueira disse...

Realmente, o Jonas tem razão.

A verdade é que o mérito é todo dele, assim como dos messengers, "skid boys", galera do rap e do Seu João lá da Vila Mariana. Esses sim são os verdadeiros pioneiros das fixas pelas ruas e não o Borba Gato, como eu havia dito.

Se não fosse essa turma "fazendo a parada na raça", nós idiotas que temos acesso à internet, sequer teríamos ouvido falar sobre bicicletas de pinhão fixo.

Sorte nossa "os pioneiros" terem divulgado as informações e benefícios da fixa para que nós crianças pudéssemos, anos depois, carregar a tocha e passar esse grande segredo do ciclismo para frente.

Valeu!

Anônimo disse...

É isso aí piázinho! Vc pegou o espírito! Apesar da sua ironia acho q vc entendeu q não estou aqui pra atacar vcs e sim pra apontar que mta gente já andou de fixa urbana pra tirar onda, fazer manobra ou simplesmente economizar. Aqui e lá fora. Isso não é moda é só um costume.

Usar a internet não faz de vc um idota, sim um abençoado com o mundo numa caixa.

E um conselho pra galera antes mesmo dos capacetes tentem encontrar aquelas proteções bucais(aquelas mesmo de boxe e rugby) caso queiram continuar com os dentes. E talvez um apito, eu uso e se provou mto útil no trânsito.

abraço
one life one heart one cog

Gabriel Nogueira disse...

Valeu pelas dicas, Vovô Jonas.

O apito e o protetor bucal já foram providenciados.

Anônimo disse...

Na do apito eu tô com o Jonas eu uso também! Fora isso acho q esse cara tá falando besteira.
Eu até conheci umas poucas pessoas que andavam de fixa já há um tempinho atrás, mas era só gente que já tinha ido pros EUA e importado a idéia. Pena que muitos deles desistiram bem rápido de rodar com elas no trânsito caótico de SP. Aliás tudo que eu fiz na minha bike copiei de um amigo meu que tinha morado em San Diego e trazido a fixa dele de lá.

Ô Gabriel sua ferradura é shimano 106?? ou seria 105??

Gabriel Nogueira disse...

A ferradura é uma 105...Não sei porque escrevi 106, hehehe.

Enfim, acabei de despachar-la junto com minha "Nena".

Anteontem troquei de mano meu quadro por um DIAMANT dos anos 70 fabricado na antiga Alemanha Oriental (DDR). Como nem o garfo e nem o quadro é furado para freios, voltei a pedalar sem freios.
Aliás, passei os últimos meses pedalando com freios, e apesar de mais rápido, havia esquecido do quão prazeroso é pedalar sem freios e deixar o controle total por conta das canetas...
Logo mais posto fotos da minha nova máquina.