segunda-feira, 16 de abril de 2012

Amstel Gold Race Tourversion 2012 - CCGràcia



Nesse sábado estivemos 8 ciclistas do CCGràcia e 1 amigo de Zaragoza na versão cicloturista da Amstel Gold Race.



Uma das grandes e importantes "clássicas de primavera" (apesar de não ter o status de "monumento"), a corrida acontece desde 1966 e tem como característica o circuito que passa por estradas rurais e ciclovias (e por incrível que pareça, respeitando as rígidas leis de circulação holandesas).

A versão profissional, como é de se imaginar, é dominada pelos holandeses e belgas, mas de tempos em tempos trás surpresas, já que pelas características é uma prova bastante imprevisível. Esse ano, por exemplo, nenhum da trinca de vencedores havia sido cogitado como favorito.

O percurso é incrivelmente complexo e está pensado para os "locais", já que a organização não facilita quase nada de informação em inglês ou em qualquer outro idioma a parte do neerlandês. Olhando o mapa da versão profissional (praticamente igual à versão de 250km feita por nós), é impossível que a palavra "caminho de rato" não venha a cabeça.


Sentiram o drama?

Notem que a ideia de que é uma prova "plana" é bastante errônea e induz ao erro de avaliação, pois a organização fornece o desnível acumulado apenas dos 17 "muros" (as pequenas, mas inclinadas montanhas que possuem gradientes de até 18%) dos quais 2 se repetem 2 vezes, sem levar em consideração a parte "plana". Segundo as informações coletadas pelo meu Garmin, os 260 km que pedalei, acumularam 2.575m, não esquecendo que os piores muros estão nos últimos 50 km, que nesse ano contaram também com uma chuva "torrencial" e temperaturas de até 2ºC.

A versão cicloturista contou com a participação de mais de 12.000 ciclistas de todos os tipos e níveis, que podiam escolher fazer a versão de 65, 100, 125, 150, 200 ou 250 km.

A coisa toda parece feita para que aconteçam muitos acidentes, já que as estreitas estradas rurais e ciclovias acumulam todo o barro e porcarias do duro inverno da região, o trânsito de motorizados não é interrompido e a presença de ciclistas "caçafoice" é impressionante, mas por incrível que pareça acontecem poucos acidentes graves. A prova profissional conta sempre com acidentes espetaculares (esse ano a subida do Cauberg não fugiu à regra).

Chegamos em Valkenburg na sexta pela manhã e aproveitamos para sentir o clima de festa na cidadezinha, pegar nossos números e fazer um breve reconhecimento da cidade e do famoso Cauberg.












Nós do CCGràcia decidimos sair as 7h (a saída oficial poderia ser feita entre 6h30min e 9h) e a ideia era fazer as pausas recomendadas nos pontos de "reabastecimento" aos 50 e 100km. Apesar da falha na cronometragem de alguns de nós, todos completaram o objetivo de chegar até o final da barbarie sobre rodas.



Resumo do percurso:

KM 20 - Furei o pneu traseiro depois do 2º muro (Maasberg - o único de paralelepípedo) com um prego enferrujado de uns 10cm que entrou no meio do pneu e saiu pela parede lateral.


KM 35 - Parei para ajudar a companheira Pili a trocar a câmara traseira.
KM 100 - Primeira pausa para reabastecer (água, barrinhas, bananas, etc.).
KM 170 - Parei para uma cerveja em Teuren (começo da chuva ao voltar pra estrada). Queda de temperatura após passar pela Bélgica (média de uns 4/5ºC até o final).



KM 195 - Parei para comer uma torta de maçã e tomar um café em Harles (depois do Vaalserberg - Bélgica). Começo da chuva pesada.



KM 215 - Furei o pneu dianteiro. 
KM 235 - Deveria ter pego a esquerda na Engwegen depois de escalar o Fromberg para escalar o Keutenberg, seguir por Schleulder, Sibbe e pegar a direita na Daalhemerweg para o Cauberg.
Como levava "apenas" 235 km ao chegar em Valkenburg, achei que faltava algo antes de subir o Cauberg... Então, não sei se por falta de atenção ou má indicação, segui a N595 para Valkenburg e repeti o Geulhemmerberg pela 3ª vez (se repetia apenas 2 vezes), pegando a esquerda em Berg e seguindo até Maastricht, onde encontrei uns ciclistas locais que disseram que eu deveria fazer a volta e ir para Valkenburg (trocando os últimos 10 km originais pelo Keutenberg por 27 km na perdida).

A chegada foi dura, não só por ter uma das piores escaladas no final (Cauberg), mas pelo quase estado de hipotermia, já que estava completamente ensopado e com muito frio.

O domingo, ao contrário de ser dedicado ao descanso, foi dedicado à acompanhar a corrida profissional e à alimentação a base de líquidos isotônicos.





















Pontos positivos:

Chegar vivo ao final sem ter sofrido nenhum acidente grave e ter conhecido uma região, que além de uma rica história, oferece belíssimas paisagens. Realmente só indo até lá para compreender "esse apêndice" da Holanda chamado Limburgo, que forma a "tríplice fronteira" entre Holanda, Bélgica e Alemanha.

Pontos negativos:

Falta de informação em inglês (ou em qualquer outro idioma além do neerlandês) por parte da organização, obrigatoriedade em utilizar ciclovias, tráfico de motorizados não interrompido, carros parados no percurso, ter que esperar nos grandes cruzamentos e falta de cerveja grátis em um evento patrocinado por uma grande marca de cerveja!! Não tomei sequer uma Amstel grátis em todo o fim de semana!!

Corrida profissional:

Biciclismo.es: http://www.biciciclismo.com/cas/site/noticias-ficha.asp?id=50024

Steephill.tv: http://www.steephill.tv/classics/amstel-gold-race/

Mais detalhes no Strava ou na página de cronometragem oficial (com fotos e vídeos da subida dos principais muros).

Um comentário:

YanEspinola disse...

é isso ai garoto! apredeu direitinho.