Controle de velocidade em decidas
Ao treinar as técnicas a seguir utilize-as em conjunto com seus freios e vá com calma.
Quem pedala com roda-fixa divide as descidas em dois tipos; com ou sem obstruções. Obstruções são, por exemplo, cruzamentos, preferenciais, obstáculos como óleo na pista, areia, buracos, pontos-cegos e outros perigos mais.
Descidas com obstruções
Neste tipo de decida você terá de controlar sua pedalada, ao invés de incentiva-la. Existem basicamente dois métodos para isso:
- “Slalom”
O slalom é o mesmo método utilizado pelos esquiadores e patinadores. A cada “batida”, tente transferir o peso para a roda dianteira. Este método é bem eficaz para reduzir a velocidade, especialmente naqueles momentos em que você está cansado, no entanto, esta forma de redução de velocidade depende de espaço livre dos lados (mais ou menos uma faixa inteira de trânsito, o que é raro nos grandes centros).
- “Pedalar para trás”
Já citamos anteriormente a impossibilidade de “andar na banguela” e pedalar em falso para trás, isso explica as aspas no sub-título. A técnica básica de frenagem em roda-fixa é oferecer resistência contrária nos pedais. Conforme você desce, uma perna empurra para baixo e para trás, enquanto a outra puxa para cima e para frente.
Esta técnica garante a maior interação do ciclista/bicicleta/meio. Quem esta bem treinado nestes fundamentos e conhece bem as ruas de sua própria cidade consegue atravessar a cidade inteira sem colocar os pés no chão. Um péssimo hábito herdado dos automóveis é o fator “acelerar ao máximo, para frear ao máximo uma quadra depois”, que num carro provoca consumo irracional de combustível e da mecânica (freios, embreagem, pneus, etc.). Os ciclistas que pedalam com roda-livre e freios convencionais acabam fazendo o mesmo, desenvolvendo assim uma menor capacidade de antecipar ações futuras (como um sinal vermelho, um congestionamento, uma pessoa saindo de um carro, etc.). Graças à possibilidade de controle e integração da roda-fixa, o ritmo de cruzeiro é controlado de acordo com as obstruções futuras, pedalando-se para frente ou “para trás”.
Descidas sem obstruções
Raramente encontradas nas cidades, mas quando encontrar alguma aproveite para esprintar e conhecer seu RPM máximo. Perceba qual a velocidade que você consegue atingir sem que seu traseiro suba e desça de forma deselegante sobre o selim.
Note que isso ocorre quando não se está pedalando eficientemente em círculos.
Outra opção em descidas é não fazer força nem para frente e nem para trás, deixando suas pernas “moles”, numa pedalada “fantasma” que apenas acompanha o movimento dos pedais. Isso é uma das grandes vantagens da roda-fixa sobre a roda-livre nos momentos de fadiga. Enquanto um ciclista com roda-livre após o esforço de uma subida, por exemplo, atinge o topo e entra em uma descida, a tendência é parar de pedalar para descansar, o que conseqüentemente leva a uma interrupção abrupta do movimento e a um maior acumulo de acido láctico nos músculos. Com a roda-fixa, mesmo que você esteja pedalando de forma “fantasma”, suas pernas não param de se movimentar, o que contribui para um descanso com menos acúmulo de ácido lático e menos radical para seu sistema circulatório.
Parar completamente
- “Pedalar para trás”
Este é o método mais fácil e que menos força seus joelhos na hora de parar. Você pode estar tanto sentado ou em pé (para aumentar a força de frenagem) e funciona ao, literalmente, fazer força para trás (contrária ao sentido dos pedais). Este método contribui também com a sua capacidade de aplicação de força em relação à distância que você tem de percorrer antes de parar...isso deixa a sua pedalada mais suave e menos estressante!
Existem outras formas de parar, que além de mais eficazes, são mais bacanas, mas que exigem maior treino e podem proporcionar problemas nos joelhos por uso repetitivo.
As técnicas a seguir são recomendadas para emergências, onde você tem de parar rapidamente.
- “Skipping” ou travadas
Para frear desta maneira, você tem que em primeiro lugar estar com os pés bem presos aos pedais (com pedaleiras e correias ou com sapatilha “clipless”).
- Alivie o peso da roda traseira;
- Puxe o pé dianteiro para cima e para frente enquanto empurra o pedal traseiro para baixo e para trás.
Esse método faz com que a roda pare de girar enquanto estiver no ar, oferecendo resistência quando toca o solo novamente. Você pode seguir estes passos repetidas vezes, até conseguir para completamente. Lembre-se que estando em pé, a eficiência deste método é maior.
- “Skidding” ou derrapagem
A idéia é a mesma da “travada”, mas o movimento é mais firme e rápido, junto de uma leve jogada para o lado, fazendo com que a roda traseira trave completamente.
Esta forma de frenagem exige mais experiência, principalmente em aliviar o peso sobre a roda traseira, e é extremamente duro com o cubo, contra-porca, corrente, pneu traseiro e especialmente seus joelhos! Essa maneira de frear só deve ser utilizada em emergências!
É comum entre os mensageiros de Nova Iorque, Londres e Tóquio fazerem competições de derrapagem, onde o objetivo é cobrir a maior distância possível derrapando com a roda traseira.Links úteis:
http://tokyofixedgear.com/
- Site sobre a cena de Tóquio e de onde eu tirei a imagem desta postagem.
http://www.oldskooltrack.com/files/cult.mentality.frame.html
- Texto sobre a mentalidade e status de culto da roda-fixa.
http://www.angelfire.com/ca6/solovelo/WhyRideFixedGear.html
- Porquê diabos pedalar com roda-fixa?
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