quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ciclofaixa x Prefeitura


A pintura da 1ª Ciclofaixa de CWB ainda está dando pano pra manga (imagino que só com os honorários pagos com o dinheiro de nossos impostos aos advogados e juízes daria pra pintar vários quilômetros de ciclofaixas pela cidade).

Sigam a história pelo que foi publicado na página da bicicletadacuritiba:

Conversa afiada

O crime da bicicleta

Há dois anos, Jorge Brand, Fernando Rozenbaum e Juan Parada – ativistas do coletivo de arte e urbanismo Interlux – foram apreendidos e acusados de delito ambiental. Crime: terem pintado uma faixa para bicicletas num trecho de asfalto da Augusto Stresser, Alto da XV, durante comemoração do Dia Mundial sem Carro. O trio recorreu da sentença duas vezes, sem sucesso. Veja a defesa do filósofo e iogue Jorge Brand, 28 anos.

O que você diria à turma da prefeitura?

Que não entende o significado do nosso gesto. O procurador Ivan Bonilha diz que se reconsiderar, vai abrir precedentes para outros processos de pichação. Mas não pichamos a rua. A ação foi feita à luz do dia, como um gesto de desobediência civil.

Em que pé está a briga?

Para começar, havia 50 pessoas na Stresser em 2007, mas só nós três fomos levados à delegacia. Por que não prenderam todo mundo? É arbitrário. Nossa multa está na Dívida Ativa e soma mais de R$ 1 mil para cada um. Podemos pagar, mas invalidaria nossa luta.

Os ciclistas declararam guerra…

Não, mas estamos insatisfeitos. Há muito discurso em torno do Plano Cicloviário, mas na prática o ciclista não está incluído nos projetos urbanos. Falta diálogo. O prefeito diz que gosta de bicicletas, mas acho que não.

Publicado originalmente no Entrelinhas, de Cláudio Feldens (colaborou José Carlos Fernandes).

A gente pergunta sobre os precedentes, as “pichações” feitas nas ruas durante as copas do mundo e em outros eventos populares. E pergunta também sobre as “pichações” feitas pelos condomínios para demarcar a entrada de seus prédios. E sobre as pinturas publicitárias em faixas de segurança para pedestres, que não deveriam ser admitidas nem mesmo mediante o pagamento de taxas.

No caso da ciclofaixa, nunca ocorreu depredação do patrimônio público, nem foram colocadas vidas em risco (ao contrário, reduziu os riscos para os usuários de bicicletas e também para os motoristas respeitadores da sinalização de trânsito!). Pichar é depredar. Fazer ciclofaixa é tentar ordenar em favor do desprotegido o que está desordenado. Por isso, pode-se dizer que a multa tem cunho meramente político (quase que partidário), e tem por objetivo apenas amarrar e desestimular os movimentos sociais em favor da bicicleta.

Querem interromper as pressões por melhores condições para a vida urbana, por meio de um mecanismo legal, mas fazendo dele um uso completamente distorcido, quando na esfera penal é preciso interpretação estrita da lei. Querem se garantir tentando manchar o currículo desses jovens corajosos, só porque ousam denunciar que o rei está nu.

Sobre a multa I

Sobre a multa II

Notícia na Gazeta.

A Defesa Jurídica.

Queremos motoristas nas ruas, e não pilotos.

Atualização, em 20/10/2009.

Dia 29 haverá manifestação nas proximidades da Procuradoria municipal e Prefeitura. Ajude a protestar contra essa iniquidade.

Crime Ambiental ? Nem a pau!

A Gazeta também noticiou o caso...

Talvez fosse uma idéia fazer uma vaquinha entre os 50 que estavam lá na delegacia do meio-ambiente e pagar a multa, com o acordo de que o dinheiro seja utilizado para pintar mais ciclofaixas pela cidade. Ou quem sabe trocar a multa por trabalho voluntário onde nós nos oferecemos para trabalhar na construção de estrutura ciclável pela prefeitura...

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