Apesar de existir no site www.bikemagazine.com um passo-a-passo de como converter uma Caloi 10 em roda-fixa veja a seguir como executar a conversão gastando o mínimo possível. A foto a cima mostra minha Monark 10 Positron momentos antes de se tornar uma discreta e elegante roda-fixa.
1º Remova todas as peças desnecessárias:
- Todo o sistema de câmbio
Incluindo alavancas de troca, cabos e os câmbios em si, afinal, agora você irá vencer os obstáculos usando seus músculos e seu cérebro e não qualquer outro artifício.
- A corrente
Que além de demasiadamente longa, deve ser sempre o mais nova e confiável o possível em bicicletas de roda-fixa, pois além de transmitir a potência das suas pernas para a roda traseira, funcionará também como seu “freio traseiro”.
- Coroas extras
A partir de agora você precisará somente de uma coroa e não de duas ou três. Fique apenas com a que se adapta melhor ao terreno onde você vai pedalar. (Lembre-se que quanto maior a coroa, e quanto menor o pinhão, mais pesada será a relação. Uma relação demasiadamente pesada será boa nas descidas, mas desagradável nas subidas; já uma relação demasiadamente leve será boa para subidas, mas desagradável para descidas.). Uma boa maneira de definir qual é a relação que melhor se adapta ao seu estilo e terreno, é utilizando uma bicicleta com marchas e tentando descobrir qual é a combinação ideal.
- Freio traseiro
Remova o manete de freio, o cabo e a ferradura. Agora quem fará a função de freio traseiro serão suas próprias pernas. (Não remova o freio dianteiro. Apesar de controverso, a remoção do freio dianteiro pode significar a diferença entre perder seus dentes ou não.).
- Catraca com 5 ou 6 pinhões
Você vai substituir este monte de engrenagens por apenas um pinhão rosqueado diretamente ao cubo e um anel de travamento.
2º Peças necessárias:
- Parafusos curtos de fixação da coroa ao pé-de-vela
Dependendo do tipo de pé-de-vela a ser utilizado, os parafusos originais são longos demais para serem utilizados com apenas uma coroa. Já no caso de pé-de-vela monobloco como o da Monark, existem inúmeros tamanhos de coroas que podem ser encaixadas diretamente, dispensando o uso de tais parafusos. Eu, por exemplo, utilizo a coroa maior original da Positron, tendo apenas me livrado da menor.
- Pinhão de rosca
Encontrados em diversos tamanhos, de 12 a 20 dentes. Lembre-se da relação, mencionada a cima, que existe entre o pinhão e a coroa.
- Corrente nova
Em geral uma corrente “grossa” de BMX resolve o problema.
- Travador de rosca Loctite ou Three-bond
Para a fixação do pinhão diretamente ao cubo, de forma que este não desrosqueie quando forçados para trás é ideal o uso de trava rosca.
- Anel de travamento
(Que pode ser o do movimento central da Caloi 10, por exemplo) Como estaremos utilizando um cubo tradicional (sem a rosca escalonada, como nos cubos de pista), necessitaremos do travador de rosca a cima em conjunto com o anel que funcionará como uma contra-porca.
- Espaçadores para o eixo traseiro
Agora que você terá apenas um pinhão no seu cubo traseiro, será necessário preencher o espaço extra no eixo com espaçadores.
3º Trabalho necessário
Embora alguns aventureiros gostem de fazer o trabalho sozinhos, eu recomendo levar a bicicleta à um mecânico profissional, afinal o baixo custo da mão de obra aqui no Brasil não justifica sujar as mãos de graxa e de correr o risco de fazer coisas mal feitas, podendo comprometer sua segurança e a durabilidade de sua máquina.
- Alinhamento do pinhão com a coroa
O alinhamento deve ser o mais próximo do perfeito o possível. Enquanto bicicletas com marchas não dependem de um alinhamento perfeito entre coroa e pinhão, este fator se torna fundamental nas bicicletas com roda-fixa. Em bicicletas com roda-livre, a força só é aplicada no conjunto da transmissão no sentido positivo (para frente, isto é, no sentido da pedalada). Já nas bicicletas com roda-fixa, a força pode ser aplicada negativamente (para trás, isso é, no sentido contrário ao da pedalada) ao diminuir a velocidade, por exemplo, e/ou utilizar a técnica de derrapagem/travamento para frear de forma mais eficiente. Comentaremos as técnicas de frenagem com roda-fixa na parte de segurança ao pedalar. Não esqueça também que a corrente deve estar extremamente esticada, com a roda posicionada o mais para trás o possível.
- Definir o espaçamento do eixo do cubo traseiro
O que garante um alinhamento perfeito entre coroa e pinhão, um fator crítico no caso da utilização de roda-fixa.
- Centragem da roda traseira
Como o ângulo dos raios do lado esquerdo não necessita ser tão grande (para compensar a presença da catraca mais seus 5 ou 6 pinhões do lado direito), a roda deve ser re-centrada após a escolha e alinhamento do pinhão fixo. Observe que a centragem é feita em relação ao quadro e a geometria da bicicleta em si. É a centragem que garante o alinhamento das duas rodas. Nas bicicletas de roda-fixa o ângulo dos raios é praticamente o mesmo em ambos lados, como na roda dianteira da maioria das bicicletas.
Obs: A utilização de espaçadores garante o alinhamento entre pinhão e coroa, enquanto que a centragem garante o alinhamento entre as rodas e o quadro.
- Comprimento da corrente
O comprimento da corrente deve ser definido com o eixo traseiro posicionado no meio da gancheira. A corrente deve estar bem esticada quando o eixo estiver na posição mediana nas gancheiras. Diminua a corrente, caso esta esteja demasiadamente longa.
- Tensão da corrente
Em bicicletas com roda fixa, a tensão da corrente é algo extremamente importante como dito a cima. Lembre-se também que uma corrente demasiadamente justa pode arrebentar ou mesmo puxar a roda traseira para frente podendo causar um grave acidente. Uma corrente demasiadamente solta pode pular quando sofrer força negativa podendo travar a roda traseira e fazendo com que você perca um dente ou dois...
Pronto, agora você possui uma bicicleta de roda-fixa! Lembre-se que ao pedalar algumas regras de segurança devem ser observadas para evitar acidentes. Pedalar com roda-fixa é um tanto quanto extremo! Pratique em um local de preferência sem pessoas e carros até que você se sinta seguro o suficiente para pedalar pelas ruas da cidade. Na próxima postagem teremos algumas dicas de como pedalar com segurança em grandes centros urbanos.
4 comentários:
Muito bom, fim do ano viajei com um amigo e devido a um acidente deixamos as bikes (minha MTB e a Caloi 10 dele) na casa de um morador, depois de três meses fui buscar, mas o meu amigo não veio aqui pegar a Caloi 10 (já se passaram 5 meses), o que vc acha??
Começo amanhã a transformá-la numa fixa@!!!!!!
Juliano
Primeiramente, meus parabéns pelo blog (já sou seguidor..)!
E "segundamente", eu comprei uma monark 10 um tempo atrás e estou começando a transformá-la numa fixa. O cubo traseiro pode ser usado o original? O aro não fica alinhado muito para a esquerda, prejudicando a resistencia da roda?
Acho q são essas as minhas dúvidas, obrigado pela atenção...
:D
P.S.: Eu posto minhas "aventuras DIY" no meu blog, o http://chineloemeia.blogspot.com
Lá estão a minha reclinada, o barco do meu irmão, uma tamdem entre outros projetos...
Tenho uma Caloi 10 ano 76, estou a procura de um roda livre original,
pois não estou encontrando nas lojas, moro em Salvador e gostaria de uma " Dica ". jgeguimaraes@hotmail.com
Recomendo o bicicletasantigas.com.br ou o mercadolivre.com.br.
A roda-livre da C10 não era nada especial, no ebay.com você acha um montão de melhor qualidade e ate mais em conta.
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