quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ajustando a Corrente


Quando não utilizadas porcas de pista e nem esticadores de corrente no cubo traseiro, é normal que a roda traseira vá pra frente com o tempo, fazendo com que a corrente fique frouxa e eventualmente caia, causando ou não um acidente.

É necessário ficar atento pra isso, e com o tempo você começa a perceber com os próprios pés se a corrente esta solta ou não (com a bici parada, apoiando-se na parede, fazendo força para frente e para trás nos pedais. Se a roda esta parada e mesmo assim os pedais se movem minimamente, quer dizer que a corrente esta um pouco frouxa. Outra maneira de notar é através da “barriga” que se forma na seção inferior da corrente quando a bici esta parada). No entanto, devido à ovalidade da coroa, é necessário manter uma leve folga na corrente, para que a mesma não arrebente ao receber pressão em um ponto de maior tensão.

Resumindo: a corrente não pode estar demasiadamente esticada e nem demasiadamente frouxa!

Em uma fixa, o ideal é utilizar um quadro de pista com “ponteiras de pista”, o que permite utilizar um “esticador de corrente”. Além disso o ideal é utilizar eixos sólidos com “porcas de pista”.

Este conjunto mantém a corrente sempre esticada e dispensa a regulagem da corrente (dependendo do uso) semanalmente.

Note que uma conversão não conta com este refinamento. Em geral ao se converter uma bicicleta de estrada dos anos 70/80 (uma Caloi 10, por exemplo) em fixa, acabamos com o seguinte conjunto na roda traseira: Gancheira horizontal + Porca hexagonal padrão (ou blocagem) – esticador de corrente.

O uso de gancheiras horizontais não permite o uso de esticadores de corrente. Isso associado ao uso de porcas normais ou mesmo blocagem, faz com que a corrente se afrouxe aos poucos. Ao notar que a corrente esta frouxa siga as instruções abaixo:


1- Afrouxar as porcas do cubo traseiro de forma pareada;
2- Com a mão esquerda atrás do tubo do selim, puxe a roda traseira para trás, de modo a tencionar a corrente, mantendo a roda centrada em relação ao quadro;
3- Com a mão direita, aperte a porca da direita até esta encostar na gancheira;
4- Repita o procedimento com a porca do lado esquerdo (cuidado para não apertar demasiadamente, é importante que as porcas "travem levemente" a roda apenas (o aperto final será dado a seguir);
5- Gire a roda para frente, e utilizando a chave de boca "bata de leve e de baixo para cima" na seção inferior da corrente para ver se esta tem uma leve folga;
6- Notando que a corrente este bem ajustada, isto é, nem demasiadamente esticada e tampouco frouxa ao ponto de formar barrigas na seção inferior, de o aperto final nas porcas de forma pareada.


Obs:
- Caso a corrente ainda não esteja bem regulada, repita os passos de 2 a 6. A regulagem perfeita é baseada em "tentativa e erro", podendo ser necessário algumas tentativas até que se consiga um bom ajuste!
- Ferramentas necessárias: Chave de boca para a porca de fixação do cubo traseiro em geral na medida 15 mm ou 9/16”.
- Nos casos de cubos com blocagens não é necessário utilizar ferramenta alguma.
- Repita o processo sempre que notar a corrente demasiadamente frouxa e/ou com barriga na seção inferior.

Links:

http://sheldonbrown.com/

- Algumas imagens foram retiradas do site do falecido Sheldon Brown.

http://bicifissa.blogspot.com/

- Blogue bacana em italiano sobre FIXAS.

5 comentários:

Anônimo disse...

Olha que coincidência, essa semana eu estava justamente refletindo sobre o “esticamento” da corrente, e não é que encontro um artigo falando sobre isso no seu blog!

Mas descobri tudo que está escrito ali na prática... depois da bicicletada de sábado, a corrente caiu na descida (acho que o Dan deixou com folga demais e/ou não prendeu o suficiente a blocagem), então tive que me virar pra colocá-la de volta. Rolou até a tentativa e erro.

Mas uma coisa ainda não está clara pra mim... a folga que deve ficar, equivale a um giro em falso do pedal, por mínimo que seja? Ou seja, DEVE, PODE ou NÃO PODE existir uma “pausinha” entre o pedalar pra frente e o pedalar pra trás?

Gabriel Nogueira disse...

Então, a folga deve ser sensível. Nem ao ponto de deixar formar uma barriga muito grande na porção inferior da corrente quando a bici estiver parada e nem esticada demasiadamente ao ponto de se escutar estalos e "barulhos de coisas sendo moídas" ao pedalar.

Anônimo disse...

o bruno olhou minha fixa no sábado e disse que tá faltando colocar uma cola não sei onde.
pior que sou totalmente ignorante pra essas coisas, preciso dar um jeito de tomar umas aulas práticas logo, pois pela teoria tá difícil, viu.

Unknown disse...

Boa tarde.
Gostei muito do artigo, porém não consegui entender como se faz o seguinte teste:
"com a bici parada, apoiando-se na parede, fazendo força para frente e para trás nos pedais"

Gabriel Nogueira disse...

Ronney, coloque a bici ao lado de uma parede. Suba na bici e posicione os pés nos pedais. Suavemente faça força para frente e para trás com os pés e note se antes da bicicleta começar a se mexer existe uma folga na corrente...