quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

London Streets...

Minha nova pistera feita pelo professor Adir Romeo. Valeu pela dica, Fernanda! Note a trava de moto prendendo quadro e rodas ao mesmo tempo.

Um camarada na Church Street com sua pistera adaptada para rua. Freios dianteiro e traseiro, cubo "flip-flop" com fixa de um lado e roda-livre do outro e bolsa de ferramentas atrás do banco.

Uma estradera de uma marcha (Não Fixa). Note a presença dos dois freios e a falta da pedaleira. Note também que a roda traseira pode ser roubada facilmente.

Mais uma estradera convertida em "uma marcha". Uma Peugeot igual as que foram fabricadas no Brasil pela Caloi. Esta conversão possui ambos freios, roda-livre e não possui pedaleiras.

Bianchi pista. A pistera "pseudo-clássica" mais popular das ruas de Londres, NYC e San Francisco. Note como esta está mal segura. Qualquer um com uma chave de boca de 15mm rouba a roda traseira (componente mais caro, fóra o quadro, neste caso) em 10 segundos.

Uma pistera fixa com freio dianteiro e guidão estilo "chifre de boi", para o trânsito da cidade. Que, caso não tenho o dono de olho na loja da frente, poderia perder as rodas fácil, fácil...

Bici de estrada convertida em fixa e com freio dianteiro.

A moda da FIXA aqui, vai mostrando seu cansaço...

Além do fato das grandes marcas (enfim) estarem abrindo os olhos para este nicho (há muito esquecido) muitas pessoas que entraram na onda e não se preocuparam em buscar informações, estão migrando para as bicicletas de uma marcha e roda-livre (que se parecem com uma fixa, mas possuem roda-livre e freios dianteiro e traseiro. Se bem que alguns patetas montam bicis de uma marcha só com freio dianteiro para se parecerem com fixas, o que é extremamente perigoso, diga-se de passagem).

Basicamente era o seguinte: alguns mensageiros profissionais usando bicis de pista por serem mais resistentes, menos chamativas, "ajudarem" o ciclista a pedalar, terem menos coisa pra quebrar, serem baratas (o ciclismo competitivo, como qualquer outro esporte, esta sempre correndo atrás das novas tecnologias, o que deixa a tecnologia pseudo-obsoleta acessível aos não profissionais) e todas as vantagens já conhecidas das fixas. O lance ficou "cool" ao ponto de virar filme nos anos 80 e explodiu com a cultura urbana nos anos 90.
Quase duas décadas depois, o "mainstream" notou que havia gente pagando o olho da cara por material de pista velho (como a pista nos tempos recentes, salvo Japão, nunca foi tão popular, o material de pista clássico acaba sendo escasso, pois foi produzido em pequenas quantidades se comparado ao material de estrada), resolveram investir na onda e lucrar.

Resultado: hoje se pode comprar em qualquer loja de ciclismo aqui da Europa uma bicicleta de pista "popular" feita pela Bianchi, Specialized, Khs, Vincini e várias outras marcas por preços modestos. Longe do preço ser um problema, mas é que o lance aqui (e relatos apontam o mesmo ocorrendo nos grandes centros dos EUA e Japão) acabou se tornando um produto "massificado", fazendo com que um monte de gente sem noção, por achar "cool", compra uma fixa, arranca os freios e sai cometendo barbaridades pelas ruas. No Japão, as fixas sem freios estão inclusive proibidas, por exemplo!

Imagine que os caras que começaram com esta estória de pedalar bicis de pista na rua, eram em sua maioria veteranos do velódromo ou mensageiros que dominavam a bicicleta de forma espetacular e que acumularam conhecimento de como controlar estas máquinas durante anos. Sem falar que boa parte convertia sozinho suas bicis de estrada dos anos 70 ou 80 em fixa, o que lhes dava, além de conhecimento técnico automático na hora de pedalar, uma bici fixa de baixo custo. Aliás, um dos aspectos principais da cultura da fixa era o prazer de ir atrás de peças, montar a própria bici e aprender com os amigos mais experientes quais as melhores maneiras de pedalar e montar uma fixa.
O fato das grandes marcas terem entrado no barco (ou no caso da Bianchi, voltado ao barco) é que muita gente comprou fixas e começou a usar-las sem muito conhecimento no assunto....

Isso fez com que muitas pessoas que "entraram na onda", viram que pedalar com fixa não é tão "cool" assim quando sem informações básicas, o que fez muitos partirem para as "single-speeds" ou "SS" ou "uma marcha", em bom português.

A cima vão algumas fotos das ruas londrinas. Note que são apresentadas tanto FIXAS como bicis de uma marcha...E lembrem-se: antes de pedalar com uma fixa, leia, aprenda e compreenda o funcionamento de sua máquina!

Para os ciclo-ativistas de plantão,ai vai um vídeo da campanha da prefeitura de Londres que incentiva o uso da bici:

http://www.youtube.com/watch?v=XXT4d5tLo54

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