terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Fixa Antônio Ramos


"E eu andava com minha bicicleta pela rua frente-casa, onde moro há 16 anos, desconfiado como nunca estive, sentindo um certo medo, conhecendo alguns "músculos novos" na perna e o joelho com alta carga de pressão." - Essa foi a primeira impressão de pedalar com uma bicicleta de roda fixa.
"Então um amigo me falou: - Quê isso? Quadro, guidão, rodas, pedal e corrente? Cabô? Respondo a ele: - Isso mesmo. E pior, me arrisco a dizer: - Precisa mais?"
Após duas semanas andando com minha bicicleta de roda-fixa posso escrever um breve relato de um iniciante sobre as primeiras experiências.
Se for tentar resumir eu diria que foi a cicatriz foi grande pois tive dificuldades de voltar a andar com uma bicicleta tradicional com roda-livre.
Alguns pensam que pelo fato de não parar de pedalar NUNCA, o cansaço vem fácil. Mentira. Isso acostuma e se transforma numa necessidade quando tenta pedalar numa bicicleta de roda livre. Também pensam que por não ter marchas, a subidas se tornam tarefas impossíveis. Mentira. A inércia está a seu favor, fica bem mais fácil, experimente e verá. Pensam que pela falta de freios (isso é opcional) as decidas se tornarão pesadelos. Verdade! Aquela história de querer achar decidas pra curtir o vento e parar de pedalar, nunca mais! Literalmente a bicicleta deve ser "segurada" com as pernas. Mas isso acostuma.
Andando numa rua reta totalmente vazia do último domingo às 7:00 da manhã vi um pássaro se preparando pra pousar, observando melhor percebe-se que pouco antes disso ele fez uma técnica com suas asas para diminuir sua velocidade. Freiar com a fixa é mesma coisa. A bicicleta parece se incorporar com sua perna, seu corpo e o controle sobre ela é impressionantemente positivo, como as asas do pássaro.
Realmente é só andando pra entender as diferenças e as inúmeras vantagens de pedalar numa bicicleta de roda fixa.
Sem mais.

Toni

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